O anuncio e' repetido varias vezes. As vozes, feminina ou masculina, com sotaque carregado ou nem por isso, avisam os passageiros do metropolitano daquilo que os jornais antecipavam nas manchetes: "Subway threat", titula o METRO local. Nos corredores e nas plataformas do "subway", sempre abafados, a policia faz-se notar mais do que nos outros dias. De resto, ja e' uma cidade mais vigiada, com as bagagens ou mochilas inspeccionadas no MoMA ou na Catedral de Saint Patrick, no Empire State Building ou nas lojas de luxo da Quinta Avenida. Mas tambem e' a mesma cidade que, apesar de ter mudado com o 11 de Setembro, continua a recusar ficar prisioneira dos medos sensacionalistas dos tabloides e a fazer jus ao cliche da cidade que nunca dorme. No dia da ameaca, Dustin Hoffman passeava-se pelo West Village. Os restaurantes estavam cheios e o portugues da Patsy's, uma das melhores pizas da cidade, nao parecia preocupado com eventuais terroristas nos subterraneos. So se dizia cansado da cidade. "E' muita gente", resumia. Gente de todas as cores e feitios e credos e racas. A cidade, ela propria, continua a ser a melhor resposta aos fundamentalistas.
em Nova Iorque, a 9 de Dezembro
em Nova Iorque, a 9 de Dezembro