A hora mudou, o país nem por isso. Ilusão pensar que tudo pode mudar, ou apenas uma pequena parte, quando se está fora e pouco se sabe do que aqui se passa. É verdade que os sms foram dando conta do que havia: o triunfo dos apagados Carmona e Rio ou a derrota do melhor presidente de Câmara de Aveiro nos tempos de democracia; o Peseiro de fora e os dois golos de Nuno Gomes no Dragão (onde páram os e-mails de amigos portistas e sportinguistas?); o Orçamento de contenção e a gripe das aves. No regresso, a leitura do Público e do Diário de Notícias não mostram nada de novo: Ota, aborto, Cavaco (não vi manchetes de pasmo sobre o abuso dos netos, mas a imprensa tem a sua agenda...) e uma realidade que conheci ainda mais de perto, a fuga dos cérebros portugueses para o estrangeiro. Para azedar o fundo de copo, temos Vasco Pulido Valente a imitar (ou será mesmo estilo?) uma "redacção" de um rapaz de 18 anos. O que vale nisto tudo é o reencontro das pessoas. Dos afectos. E dos lugares. Portugal sabe bem, mesmo que a pintura pareça borrada.
[Das Américas, falarei depois.]