No Valonguense, a história e os intervenientes eram outros. Equipas de bigodes e quase-barrigudos, que eram operários durante o dia e jogadores à noite e domingos à tarde, quando havia jogatanas. Os derbis locais eram coisa séria e cada apito do árbitro um caso de vida ou morte. "Gatuno" devia ser a palavra mais meiga que o senhor de negro, ainda mais cheiinho na cintura, ouvia...
Lembrei-me disto tudo, ontem à noite, a ver um programa - involuntariamente divertido - na RTPN: a «Liga dos Últimos», sobre as equipas que se arrastam pelos pelados/sintéticos dos campeonatos deste país, com febras e coiratos e minis a acompanhar jogadas de fraco rigor táctico que fariam engasgar Gabriel Alves.
Assistir refastelado no sofá ao Pampilhosa-Mirandense, genuíno e ingénuo, dentro e fora do campo, foi quase um acto de reconciliação com o futebol.