30.11.05
Despertares, menos
Pouco antes das oito, o martelar contínuo começa a ganhar forma, sente-se a parede ir abaixo. Porque será que as obras em casas de vizinhos têm de irromper, assim, cedo, para depois - com o sono entornado e o dia já alto - se acalmarem e quase parecerem um sussurro?
Curas inventadas para estes dias
Fechado o BdE, tomamos as aspirinas necessárias para estes tempos: um novo blogue colectivo, animado também por José Mário Silva, que se reinventa todos os dias, mesmo em letra minúscula. Nós agradecemos, no recato.
29.11.05
Filmes Para o Milénio
Ciclo de Cinema Filmes Para o Milénio
às quartas, 21h, entrada livre
no Museu República e Resistência da Cidade Universitária - Lisboa
(Rua Alberto de Sousa - Zona B do Rego)
30 de Novembro
The Bottom Line: Privatizing the world (O bem comum)
7 de Dezembro
The Take
14 de Dezembro
The Corporation
às quartas, 21h, entrada livre
no Museu República e Resistência da Cidade Universitária - Lisboa
(Rua Alberto de Sousa - Zona B do Rego)
30 de Novembro
The Bottom Line: Privatizing the world (O bem comum)
7 de Dezembro
The Take
14 de Dezembro
The Corporation
28.11.05
Sementes da terra
"Denunciamos a ambiguidade do discurso do Magistério da Igreja sobre homossexualidade que contribui objectivamente para a discriminação social dos homossexuais. Afirmamos que os homossexuais não são cidadãos de segunda e que têm portanto igual dignidade e direito a ver reconhecida a sua diferença." [in Documento sobre Moral Sexual, do Movimento Católico de Estudantes, Setembro de 1993]
A partir de agora, a Terra lança sementes mais duradouras. Textos sem tempo, para que o tempo não os apague.
A partir de agora, a Terra lança sementes mais duradouras. Textos sem tempo, para que o tempo não os apague.
O macaco sábio
27.11.05
Cavaco, insiste - mas nós temos memória
"Cavaco Silva ficou surpreendido com a ordem governamental que obriga as escolas públicas a retirar os crucifixos das salas de aula. O candidato entende que não devem criar-se divisões «onde elas não existem». Em declarações reproduzidas na edição deste domingo do jornal Correio da Manhã o ex-primeiro-ministro chama a atenção para o facto de na sociedade portuguesa «predominarem os valores do catolicismo». Mas há uma coisa de que Cavaco Silva diz estar certo: «Face aos desafios que o país enfrenta, não é certamente este (os crucifixos) o problema que preocupa os portugueses». O candidato sublinhou saber e aceitar que «nos termos constitucionais há uma separação entre o Estado e a Igreja», mas voltou a frisar que «na sociedade portuguesa predominam os valores do catolicismo»."
Este é o mesmo senhor que tentou puxar da cartola, em 1995, uma ideia para cativar (algum) eleitorado "católico": o facto de Jorge Sampaio ser divorciado. Na altura, não pegou. Agora, volta a acenar aos católicos... Em questões que não existem, como ele próprio diz. Por isso, não se devem criar divisões onde não existem: retire-se os crucifixos.
Este é o mesmo senhor que tentou puxar da cartola, em 1995, uma ideia para cativar (algum) eleitorado "católico": o facto de Jorge Sampaio ser divorciado. Na altura, não pegou. Agora, volta a acenar aos católicos... Em questões que não existem, como ele próprio diz. Por isso, não se devem criar divisões onde não existem: retire-se os crucifixos.
Porque hoje é domingo
1. Sou católico.
2. Os crucifixos devem ser retirados das (poucas) escolas públicas onde estão.
3. A escola deve continuar a ser um espaço de conhecimento - das diferentes religiões, também.
2. Os crucifixos devem ser retirados das (poucas) escolas públicas onde estão.
3. A escola deve continuar a ser um espaço de conhecimento - das diferentes religiões, também.
26.11.05
A direita, sempre pela metade
A direita gosta de gritar liberdade no 25 de Novembro, mas esquece-se de o fazer no 25 de Abril. Porque a direita continua a esquecer-se que o Novembro do seu contentamento só foi possível por haver Abril. Não houvesse Abril, não havia quem gritasse liberdade.
Mas a direita é vezeira nestas coisas da História: a culpa da descolonização não foi do obstinadamente sós do regime fascista de Salazar, foi de Mário Soares; as guerras civis de Angola e Moçambique foram uma vergonha e deixaram muitos portugueses sem nada, esquecendo os que tudo perderam - mesmo a vida - na guerra colonial; a culpa do atraso da economia é das nacionalizações do PREC, não de uma classe empresarial intolerante com justos salários para os seus trabalhadores e indulgente para os seus próprios bolsos. A direita grita muito pela liberdade de Novembro; a direita gosta do Inverno, já se sabe.
Mas a direita é vezeira nestas coisas da História: a culpa da descolonização não foi do obstinadamente sós do regime fascista de Salazar, foi de Mário Soares; as guerras civis de Angola e Moçambique foram uma vergonha e deixaram muitos portugueses sem nada, esquecendo os que tudo perderam - mesmo a vida - na guerra colonial; a culpa do atraso da economia é das nacionalizações do PREC, não de uma classe empresarial intolerante com justos salários para os seus trabalhadores e indulgente para os seus próprios bolsos. A direita grita muito pela liberdade de Novembro; a direita gosta do Inverno, já se sabe.
25.11.05
Nã posso rir que fique feie
O Blogue de Esquerda acaba hoje, 30 anos depois do 25 de Novembro, dia decisivo para afirmar a liberdade de Abril (também pelas mãos de Eanes, que escolheu na altura o lado certo da luta. Hoje, equivocou-se com os rios que voltam a passar debaixo das pontes para atrapalhação acidental.)
24.11.05
E não se pode julgá-los?
Eduardo Catroga está na SIC Notícias a perorar, qual académico, sobre desemprego e défices e afins, como se não fosse ele responsável por nada do muito mal que se fez algures na primeira metade da década de 90. Estes senhores são chamados impunemente a debitar bitaites... Para dizerem como foram incompetentes? Não, para ensinar como deve ser, para os que lá estão, quando ele(s) não fez(izeram) nada.
Sexo fora nada (mais preliminares)
A minha questão sobre o documento do Vaticano que quer afastar os homossexuais dos altares não tem a ver com noção de pecado, caro timshel. O meu problema com este documento prende-se com o celibato - de que discordo e que entendo ser um problema para a questão da sexualidade, como ela se colocou nos EUA e noutros países. Se há celibato, a pretensa homossexualidade ou heterossexualidade do seminarista não se coloca [nota: hoje no Público - sem link - o padre Carreira das Neves fala a partir deste ponto de vista, vale a pena ler].
Ainda assim: também não concordo absolutamente com a abordagem que fazes do pecado e da homossexualidade, mas a esse tema voltarei depois, com mais tempo e fundamento (espero).
Ainda assim: também não concordo absolutamente com a abordagem que fazes do pecado e da homossexualidade, mas a esse tema voltarei depois, com mais tempo e fundamento (espero).
Dos limites da tolerância
[um comentário]
Caro Afonso, a frase que me atribuis não é minha, mas citei-a por me parecer correcta/discutível. E suponho que o problema começa pela "semântica": o verbo tolerar tem hoje um significado quase depreciativo - e o dicionário não ajuda: "do Lat. tolerare, v. tr., consentir tacitamente; ser indulgente; deixar passar; permitir; desculpar; suportar." [in priberam.pt] Menos mal com a tolerância, mas ainda assim imperfeito: "do Lat. tolerantia, s. f., qualidade de tolerante; acto ou efeito de tolerar; atitude de admitir a outrem uma maneira de pensar ou agir diferente da adoptada por si mesmo; acto de não exigir ou interditar, mesmo podendo fazê-lo; permissão; paciência; condescendência; indulgência" [idem]. Trago aqui as definições para se perceber como as palavras acabam por atrapalhar mais. Mas, como dizes, "nas actuais circunstâncias histórias não haverá princípio alternativo que satisfatoriamente possa substituir o princípio da tolerância. Abandoná-lo, ou tão-só enfraquecê-lo, miná-lo, produziria o efeito perverso de abrir espaço não tanto para o vazio quanto para a intolerância". Por mim, prefiro dizer que a minha liberdade começa onde começa a do outro - e é este o exercício que deve ajudarmo-nos a conhecer ("co-naître", co-nascer) com o Outro (sem ser só "tolerá-lo").
descredibilizar a blogosfera
«O que dizer de um blogue que coloca um pedido de esclarecimento ao governo, convida toda a blogosfera a colocar a mesma questão, e que quando o governo responde, escreve:
"ver o Primeiro-ministro a responder aos blogues da micro-causa" (ah ah o parvalhãozeco que caíu no engodo de andar atrás do meu micro-rebanho)
"Ele fá-lo por arrogância, convencido que ganha uns pontinhos, mas está muito enganado." (ele está muito enganado, o arrogante)
O que não se encontra entre aspas e em itálico é, embora não pareça, da minha autoria.» [timshel]
"ver o Primeiro-ministro a responder aos blogues da micro-causa" (ah ah o parvalhãozeco que caíu no engodo de andar atrás do meu micro-rebanho)
"Ele fá-lo por arrogância, convencido que ganha uns pontinhos, mas está muito enganado." (ele está muito enganado, o arrogante)
O que não se encontra entre aspas e em itálico é, embora não pareça, da minha autoria.» [timshel]
Cartas ao Pai Natal
[de um e-mail]
Cartas ao Pai Natal I - Mário Soares
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome? Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto?
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da República. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
Cartas ao Pai Natal II - Manuel Alegre
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si? Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Assinado: Manuel Alegre
Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louçã
Cartas ao Pai Natal IV - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas?. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva
Cartas ao Pai Natal V - Jerónimo de Sousa
Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevaras, não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos!
Viva o Natal dos operários!
Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome? Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto?
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da República. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
Cartas ao Pai Natal II - Manuel Alegre
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si? Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Assinado: Manuel Alegre
Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louçã
Cartas ao Pai Natal IV - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas?. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva
Cartas ao Pai Natal V - Jerónimo de Sousa
Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevaras, não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos!
Viva o Natal dos operários!
Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)
23.11.05
Sexo fora nada
Gays fora dos seminários, dizem hoje as notícias. O Vaticano que me corrija: mas os heterossexuais também não estão fora dos seminários? Afinal, o sexo não é para ficar de fora da vida dos padres?!
22.11.05
Rogai por nós
Denise Richards será a mais hottest das mães à face da terra, segundo a revista In Touch. A fleuma britânica tropeça nestas palavras e toca logo de alinhar 34 mamãs para contentamento de muitos petizes.
[daria um belo post para o dia 8 de Dezembro, dito da imaculada conceição...]
[daria um belo post para o dia 8 de Dezembro, dito da imaculada conceição...]
Morreu o Peter*
Nunca o conheci, conheci a sua casa. Bastou-me. Hoje, em navegação tardia, descubro a notícia da morte (já no dia 19) e a dedicatória breve da Ana. Saudades de voltar aquele porto...
[foto MM, Agosto/02]
* - José Azevedo, do Peter Cafe Sport, na Horta. Conhecido pelo gin, porto de abrigo de marinheiros e marujos de férias.
As certezas de Bush
George W. Bush não era o governador do Texas, ao tempo da execução de Ruben Cantu (para que conste: era uma democrata, mas na pena de morte os "azuis" temem ir contra a maioria americana das sondagens que é a favor da pena máxima). Para que chamo, então, Bush ao caso? Porque foi o governador que mais matou no exercício do cargo, na história recente americana: 152 pessoas condenadas foram executadas em seis anos (1994-2000).
Nestes casos todos, o actual presidente americano só teve certezas: «Bush has said: "I take every death penalty case seriously and review each case carefully.... Each case is major because each case is life or death." In his autobiography, A Charge to Keep (1999), he wrote, "For every death penalty case, [legal counsel] brief[s] me thoroughly, reviews the arguments made by the prosecution and the defense, raises any doubts or problems or questions." Bush called this a "fail-safe" method for ensuring "due process" and certainty of guilt.» [in NY Review of Books]
Confrontando o que ele diz com análises detalhadas às suas condenações, eis o resultado do seu método "seriously" e "carefully": «[...] The Chicago Tribune published a compelling report on an investigation of all 131 death cases in Governor Bush's time. It made chilling reading.
In one-third of those cases, the report showed, the lawyer who represented the death penalty defendant at trial or on appeal had been or was later disbarred or otherwise sanctioned. In 40 cases the lawyers presented no evidence at all or only one witness at the sentencing phase of the trial.
In 29 cases, the prosecution used testimony from a psychiatrist who - based on a hypothetical question about the defendant's past - predicted he would commit future violence. Most of those psychiatrists testified without having examined the defendant: a practice condemned professionally as unethical.
Other witnesses included one who was temporarily released from a psychiatric ward to testify, a pathologist who had admitted faking autopsies and a judge who had been reprimanded for lying about his credentials.
Asked about the Tribune study, Governor Bush said, "We've adequately answered innocence or guilt" in every case. The defendants, he said, "had full access to a fair trial."» [in commondreams.org]
O homem das certezas mergulhou o mundo numa guerra suja. Como já antes tinha mergulhado o seu governo no Texas na velha máxima de "olho por olho, dente por dente", sem qualquer compaixão.
Nestes casos todos, o actual presidente americano só teve certezas: «Bush has said: "I take every death penalty case seriously and review each case carefully.... Each case is major because each case is life or death." In his autobiography, A Charge to Keep (1999), he wrote, "For every death penalty case, [legal counsel] brief[s] me thoroughly, reviews the arguments made by the prosecution and the defense, raises any doubts or problems or questions." Bush called this a "fail-safe" method for ensuring "due process" and certainty of guilt.» [in NY Review of Books]
Confrontando o que ele diz com análises detalhadas às suas condenações, eis o resultado do seu método "seriously" e "carefully": «[...] The Chicago Tribune published a compelling report on an investigation of all 131 death cases in Governor Bush's time. It made chilling reading.
In one-third of those cases, the report showed, the lawyer who represented the death penalty defendant at trial or on appeal had been or was later disbarred or otherwise sanctioned. In 40 cases the lawyers presented no evidence at all or only one witness at the sentencing phase of the trial.
In 29 cases, the prosecution used testimony from a psychiatrist who - based on a hypothetical question about the defendant's past - predicted he would commit future violence. Most of those psychiatrists testified without having examined the defendant: a practice condemned professionally as unethical.
Other witnesses included one who was temporarily released from a psychiatric ward to testify, a pathologist who had admitted faking autopsies and a judge who had been reprimanded for lying about his credentials.
Asked about the Tribune study, Governor Bush said, "We've adequately answered innocence or guilt" in every case. The defendants, he said, "had full access to a fair trial."» [in commondreams.org]
O homem das certezas mergulhou o mundo numa guerra suja. Como já antes tinha mergulhado o seu governo no Texas na velha máxima de "olho por olho, dente por dente", sem qualquer compaixão.
21.11.05
Só mais este detalhe
«Ruben Cantu was charged with capital murder at age 17. He was 26 when he was executed. He had long professed his innocence.»
Porque sou (sempre) contra a pena de morte
«Executed man may have been innocent. Doubts are being cast on the guilt of a Texas man executed more than a dozen years ago after the crime's lone witness recanted and a co-defendant said he allowed his friend to be falsely accused under police pressure, the Houston Chronicle reported Sunday.» [in CNN, via Mar Salgado]
Cativar
"Tolerância é a capacidade de aceitar o diferente. Não confundir com o divergente. Intolerância é não suportar a pluralidade de opiniões e posições, crenças e ideias, como se a verdade fizesse morada em mim e todos devessem buscar a luz sob o meu tecto." Uma outra proposta de cativar o Outro.
20.11.05
[piada por e-mail]
Atento às prevenções recomendadas para minimizar o risco da pandemia da gripe das aves, o Papa considera a hipótese de cancelar a Missa do Galo deste ano.
Low cost
Peço desculpa pelo eventual preconceito, mas as hospedeiras sempre me pareceram empregadas de hotelaria mais sofisticadas. As das companhias aéreas de baixo custo, onde tudo se paga, mais reforçam a imagem.
Do ar
Paris brilha, à noite. E distingue-se uma pequena torre que se ergue para o céu onde voamos. Não há sinal de tumultos - nem de carros a arder. Há políticos que devem viver muito tempo no ar.
17.11.05
Os velhos
Uma sondagem do final da semana passada dizia que Soares e Alegre colhiam menos votos entre os mais velhos. Cavaco reinava na terceira idade. Entre os jovens, Soares e Alegre eram mais populares. Não admira - e não é uma leitura política a que faço. Em Portugal, os velhos escondem-se em lares ou em casas ou abandonam-se em hospitais e "clínicas de rectaguarda". Os próprios velhos resignam-se à bisca no jardim ou à menorização na família. Por isso, desconfiam de um velho como Soares continuar no activo. Desconfiam da sua própria sageza. Há excepções, claro. Mas aquela sondagem revelou mais naquele detalhe do que nos resultados para as eleições.
Crónica de uma morte anunciada
A nove dias do fim: o Blogue de Esquerda II. Em orgia de textos, links, imagens, poemas, itálicos e concurso a propósito. Todas as mortes deviam ser assim: festivas.
16.11.05
Así habla Grissom
Escarrapachado no sofá, tarde e más horas, a ver o CSI, em versão Las Vegas, sou apanhado desprevenido depois de um curto intervalo no AXN. Regressam todos a falar em espanhol, com legendas em português. Arregalo os olhos e procuro um responsável pelo crime. Ninguém em volta se acusa e Grissom vai falando... por supuesto. Felizmente, o drama dura apenas uns minutos e voltamos ao inglês de sempre — também legendado. Crime resolvido.
Palavra a um ateu
Quando a igreja sai à rua em procissão antiga para reclamar nova evangelização, é caso para nos questionarmos. Nestes dias (tantas vezes), tenho-me perguntado como será isso de cativarmos o Outro, nos tempos que correm. Sem respostas, com muitas dúvidas. E mais uma vez não consegui pôr em palavras a tempo, algumas destas questões. Assim, na terra de hoje, o timshel vai levando (quase sozinho) a água à semente, mesmo que por palavras de outros. De um ateu, por exemplo. Para nos confrontarmos (confortados, seria um engano).
15.11.05
Quem será o próximo boy?
Paulo Ribeiro foi despedido pelo Conselho de Administração da TEMA, Teatro Municipal de Aveiro, EM, "em virtude da actual situação económico-financeira do Município de Aveiro". Aguardo com expectativa o próximo boy e lamento as prioridades que começam a ser desenhadas pelos "velhos" senhores da cidade. O Teatro Aveirense será de futuro para ranchinhos e filarmonias?
[adenda: deixei este comentário no blogue "aveirense" do JMO:
"Não percebo porque lamentas, João, as palavras de Paulo Ribeiro na hora da saída. O que me parece de sublinhar é o comunicado do CA do TEMA ao colocar o ónus nos ordenados dos directores demitidos (deixemo-nos de eufemismos). Paulo Ribeiro ataca quem o maltrata, como qualquer um de nós faria se fosse assim despedido. Se o ónus orçamental fosse da programação pedia-lhe para rever essa programação - e pedia-lhe que continuasse com um quadro eventualmente menos ambicioso em programa e actividades. Aí, Paulo Ribeiro podia decidir.
Sobre o novo espaço museológico, só me posso rir: Aveiro tem diferentes espaços museológicos municipais que estão subaproveitados por desinvestimentos passados e presentes, e que deverão continuar (a avaliar por estas medidas de "contenção").
Maria da Luz Nolasco (para dirigir o teatro)? Uma ex-vereadora do CDS? Cá está: saia uma girl for the job. Eu sei: é competente, é isto e aquilo, mas não deixa de ser alguém politicamente vinculada, longe do trabalho profissional que Paulo Ribeiro (ou outro) faria. Ficarei a aguardar, também, o seu ordenado. Que o novo executivo o divulgue se tiver coragem."]
[adenda: deixei este comentário no blogue "aveirense" do JMO:
"Não percebo porque lamentas, João, as palavras de Paulo Ribeiro na hora da saída. O que me parece de sublinhar é o comunicado do CA do TEMA ao colocar o ónus nos ordenados dos directores demitidos (deixemo-nos de eufemismos). Paulo Ribeiro ataca quem o maltrata, como qualquer um de nós faria se fosse assim despedido. Se o ónus orçamental fosse da programação pedia-lhe para rever essa programação - e pedia-lhe que continuasse com um quadro eventualmente menos ambicioso em programa e actividades. Aí, Paulo Ribeiro podia decidir.
Sobre o novo espaço museológico, só me posso rir: Aveiro tem diferentes espaços museológicos municipais que estão subaproveitados por desinvestimentos passados e presentes, e que deverão continuar (a avaliar por estas medidas de "contenção").
Maria da Luz Nolasco (para dirigir o teatro)? Uma ex-vereadora do CDS? Cá está: saia uma girl for the job. Eu sei: é competente, é isto e aquilo, mas não deixa de ser alguém politicamente vinculada, longe do trabalho profissional que Paulo Ribeiro (ou outro) faria. Ficarei a aguardar, também, o seu ordenado. Que o novo executivo o divulgue se tiver coragem."]
Barbear (upgrade)
Todos (plural masculino) que fazem a barba com gillette (mesmo que usando uma Wilkinson ou uma BIC, em vez de uma Gillette) sorriem ao ver um anúncio televisivo às lâminas, que escorregam suavemente pelo rosto sem deixar marcas de pêlos nem sangue (sim, por vezes, o sono ou a falta de jeito dá nisso). Mas, agora, há uma nova Gillette* (sim, é mesmo da marca) que quase consegue esse barbear... A Mach3 Power ajuda a escanhoar quase com uma máquina. Vão por mim. A perfeição pode estar próxima.
[* - a empresa não me pagou nada, mas os pequenos prazeres da vida devem ser sublinhados]
[* - a empresa não me pagou nada, mas os pequenos prazeres da vida devem ser sublinhados]
14.11.05
No feminino
Que a Igreja não é exclusivamente masculina, como disse ontem D. José Policarpo, prova-o a Terra da Alegria desta segunda. Dois textos a não perder.
Em bom português
«Sou imigrante. Sou arquitecto. Sou pai de família.
De resto, não sei para onde me isto levará...»
Começou assim, há dois anos. E só tem ido por bons caminhos, como se vê e lê, todos os dias.
De resto, não sei para onde me isto levará...»
Começou assim, há dois anos. E só tem ido por bons caminhos, como se vê e lê, todos os dias.
13.11.05
Cavaco é 'deus'?
"Cavaco Silva não quer que a sua foto apareça ao lado das de outros PM do PSD. Terá alegado o seu afastamento da vida partidária e a sua vida académica. É triste. Cavaco tem vergonha de Balsemão, Sá Carneiro, Durão Barroso ou Santana Lopes? Não foi presidente do PSD? Não foi PM? Não é militante do partido? Não são estes «primeiros-entre-pares» que devem estar sempre ao lado dos seus partidos, nas horas boas e más? Todos aceitaram, de bom grado, pelo que se sabe, incluindo naturalmente a família de Sá Carneiro, mas o professor disse que não, nem pensar. Não se mistura com os outros. Está acima? É «deus»? Não faz parte da história do PSD? Não sei qual será a reacção mais emocional dos militantes, mas certamente que não será muito agradável. Causou perplexidade e, de acordo com fontes do PSD, até «indignação». Se Cavaco não pode aparecer num cartaz tão simples como aquele, então por que razão vai o PSD empenhar-se na sua potencial candidatura a Belém? Aí já lhe servirá a militância partidária? A força da máquina do PSD? É um gesto que não fica bem a Cavaco e absolutamente inesperado pela desproporcionalidade e discrepância entre ele e os outros PM. Agora, sim, percebe-se o discurso de Santana sobre a incubadora. Tudo começa a ser mais claro."
Luís Delgado, a 5 de Janeiro de 2005 [sim, é verdade; se não acreditam, leiam aqui; há outros exemplos delgados que se encontram ali]
Luís Delgado, a 5 de Janeiro de 2005 [sim, é verdade; se não acreditam, leiam aqui; há outros exemplos delgados que se encontram ali]
11.11.05
Cavaco, não. Portugal já deu para esse peditório
Os portugueses esquecem-se depressa das coisas. Às vezes, dão-lhes descanso durante algum tempo, mas depois esquecem-se. Esqueceram-se da foragida Fátima e votaram nela a correr. Esqueceram-se da corrida mais cara de sempre de táxi e entregaram o carro a Isaltino. Esqueceram-se do trabalho dos melhores presidentes de câmara pós-25 de Abril em Lisboa (João Soares, malgré tout) e Aveiro (Alberto Souto, malgré o vereador da Cultura) e correram com eles em eleições (no primeiro caso, para eleger um playboy que, por essa via, ainda chegou a São Bento). Esquecem-se depressa. Depressa e mal.
Em 1995 e 1996, os eleitores portugueses despacharam Cavaco Silva. Primeiro, nas ruas e nas buzinas, para o autismo ouvir. Depois, nas urnas, para o tabu acabar. Durante estes quase dez anos, o Professor (como ele prefere) acumulou reformas e declarações monstruosas. Não se lhe ouviu uma frase sobre as verdadeiras questões civilizacionais que atravessaram o Ocidente (a esfinge é a imagem adequada), uma ideia genuína sobre este país e o mundo, descontando os bitaites de um economista sobre números e números e números. Atrás da porta dos números, o político profissional - que geriu as suas intervenções para sempre queimar o PSD e alimentar um qualquer sebastianismo sobre a sua personagem - nunca viu pessoas. Nem nos dez anos em que governou, como provou a anedota do Carnaval.
Na fraca memória, agora cozinhada por quem tinha responsabilidade de fazer mais, esquecem-se outras marcas dos seus tempos de governação. Falam-me das profundas reformas que o país teve, e a da comunicação social é particularmente acolhida. Esquecem-se que os negócios (o da TV, mas também os da rádio e imprensa) foram estranhos e hoje muito do mal que se vive na comunicação social resulta de uma liberalização mal conduzida (a taxa da televisão que afundou a RTP, a crescente concentração dos grupos proprietários, nomeadamente na imprensa escrita, o segundo canal entregue à Igreja por capricho e sem sustentação financeira). Na banca, a venda do Totta nunca foi esclarecida. Nos transportes, abriu-se um país de auto-estradas que apagou do mapa estradas secundárias e ferrovias.
Cavaco, não. Portugal já deu para esse peditório. Parece é ter-se esquecido. Demasiado depressa. Mas por aqui preza-se a memória.
[Ainda não decidi em quem voto à esquerda. Se Soares ou Alegre. Num dos dois, claro. Porque as candidaturas de Louçã e Jerónimo são meras jogadas partidárias, que esquecem o carácter supra-partidário da eleição.]
Em 1995 e 1996, os eleitores portugueses despacharam Cavaco Silva. Primeiro, nas ruas e nas buzinas, para o autismo ouvir. Depois, nas urnas, para o tabu acabar. Durante estes quase dez anos, o Professor (como ele prefere) acumulou reformas e declarações monstruosas. Não se lhe ouviu uma frase sobre as verdadeiras questões civilizacionais que atravessaram o Ocidente (a esfinge é a imagem adequada), uma ideia genuína sobre este país e o mundo, descontando os bitaites de um economista sobre números e números e números. Atrás da porta dos números, o político profissional - que geriu as suas intervenções para sempre queimar o PSD e alimentar um qualquer sebastianismo sobre a sua personagem - nunca viu pessoas. Nem nos dez anos em que governou, como provou a anedota do Carnaval.
Na fraca memória, agora cozinhada por quem tinha responsabilidade de fazer mais, esquecem-se outras marcas dos seus tempos de governação. Falam-me das profundas reformas que o país teve, e a da comunicação social é particularmente acolhida. Esquecem-se que os negócios (o da TV, mas também os da rádio e imprensa) foram estranhos e hoje muito do mal que se vive na comunicação social resulta de uma liberalização mal conduzida (a taxa da televisão que afundou a RTP, a crescente concentração dos grupos proprietários, nomeadamente na imprensa escrita, o segundo canal entregue à Igreja por capricho e sem sustentação financeira). Na banca, a venda do Totta nunca foi esclarecida. Nos transportes, abriu-se um país de auto-estradas que apagou do mapa estradas secundárias e ferrovias.
Cavaco, não. Portugal já deu para esse peditório. Parece é ter-se esquecido. Demasiado depressa. Mas por aqui preza-se a memória.
[Ainda não decidi em quem voto à esquerda. Se Soares ou Alegre. Num dos dois, claro. Porque as candidaturas de Louçã e Jerónimo são meras jogadas partidárias, que esquecem o carácter supra-partidário da eleição.]
10.11.05
Um mil folhas de ontem*...
Fui alertado para o artigo de Eduardo Prado Coelho, anteontem no Público, onde diz que o Metro e o Destak são "simulacros de jornalismo". Vindo de quem olhou para um mil folhas e aí viu a demissão de um certo ministro da Cultura, é caso para perguntar se o cronista entenderá o que é jornalismo, ou se saberá ler o que lê.
[Declaração de interesses: sim, sim, trabalho no Metro — e irritam-me estas críticas balofas!]
* - daqueles que se pede numa pastelaria e se percebe logo que não é fresco.
[Declaração de interesses: sim, sim, trabalho no Metro — e irritam-me estas críticas balofas!]
* - daqueles que se pede numa pastelaria e se percebe logo que não é fresco.
9.11.05
Zoogle
O Google deu nome a uma nova espécie de formiga e há um macaco recentemente descoberto que dá pelo nome de GoldenCasino.com. Cientistas americanos descobriram um novo filão de angariação de fundos e gostavam de ver uma base de dados de animais com o sugestivo nome de Zoogle. Eu, por mim, acho que Alberto João devia pensar seriamente pensar no patrocínio de uma nova espécie (caso se descubra) de sanguessugas...
A democracia (efeito de bola-de-neve)
As teses que sustentam a intervenção americana fala(va)m de um efeito de bola-de-neve no Médio Oriente. Há um ano batiam-se palmas às possibilidades que a morte de Arafat abria à paz na região. 365 dias depois, pergunta a insuspeita Newsweek: "Se o líder palestiniano era o verdadeiro problema, porque é que as coisas não melhoraram desde a sua morte?"
Ainda Paris
«O actual "estado social" francês não tem nada a ver com a protecção aos mais desfavorecidos mas com proteccionismos aberrantes. É por isso que ao lado do neoliberalismo mais selvagem se encontra na sociedade francesa um pseudo-estado-social feito para proteger os mais fortes (aliás este tipo de neoliberalismo proteccionista e corporativista encontra-se também muito enraizado nos EUA).»
A ler, sem dúvida, no sítio do costume.
A ler, sem dúvida, no sítio do costume.
8.11.05
[aviso à navegação]
Por causa do spam que invadiu a caixa de comentários passámos a moderar esse espaço. O que significa que os vossos contributos podem demorar algum tempo a aparecer online. Logo veremos que outra solução poderemos criar... Não deixem de mandar postas.
Leonor
Vai formosa e segura nas mãos dos pais babados. A pequena infanta Leonor de Espanha criou um frenesim entre saudosos de um regime esclerosado no nosso país e nem esses, que saltam à primeira "invasão" de zaras e prisas, parecem incomodados com a vontade de união ibérica que Duarte, o que se diz descendente de famílias "extintas", já manifestou — ao melhor estilo de casamentos arranjados... Eu, por mim, gostei de ver a carinha laroca de bebé, mas apenas isso. O debate constitucional que o nascimento de Leonor suscitou só ajuda à minha opinião sobre a monarquia: coisa passada, ultrapassada. Mesmo com a devida revisão.
7.11.05
2005
Em Espanha morreram cinco portugueses, operários na construção de uma auto-estrada no Sul do país vizinho. Para as estatísticas, não entra outro número: Portugal, em 2005, ainda é um país de emigrantes.
[actualizado: sobre Paris e o fogo, uma carta de André Belo (via A Praia); sobre i(e)migrantes e racismo e Paris, Francisco José Viegas nA Origem das Espécies]
[actualizado: sobre Paris e o fogo, uma carta de André Belo (via A Praia); sobre i(e)migrantes e racismo e Paris, Francisco José Viegas nA Origem das Espécies]
Jaquinzinhos
Os nossos liberais que gostam de atacar a fúria reguladora de Bruxelas e que incensam por oposição a quase-ausência de Estado nos EUA deviam moderar esses ímpetos: em qualquer embalagem alimentar americana vêm lá os "nutrition facts", devidamente pormenorizados, e em qualquer instrumento ou produto há sempre um aviso, uma advertência ou um alerta à escolha do freguês: o álcool prejudica a mulher na gravidez e os secadores têm um componente que o Estado da Califórnia diz que pode causar problemas de saúde. Os jaquinzinhos por lá não se safavam.
Futebol americano
Tenho de voltar para os EUA. Desde que cheguei, o Benfica nunca ganhou... Avisem o Koeman, pode ser que ele pague o "ordenado"...
5.11.05
Breves retratos de um país
[working in progress]
Newark Liberty Airport. Impressões digitais que não sujam, máquina fotográfica que não sorri.
Tamanho. Os americanos só gostam deles grandes. Dos carros, claro. Porque a gasolina tem preços pequenos.
Empire State Building. Não há cinefilia que resista a hordas de turistas, lamenta o turista.
A gaja da tocha. A.k.a. Estátua da Liberdade.
Chrysler. Faz-se bem às fotos.
Cafés. Starbucks e afins não sabem de facto o que é um espresso. Nicho de mercado potencial: bica com pastel de nata.
ONU. Nicole Kidman was here.
Livraria da ONU. Alguma direita estremeceria entre estas prateleiras.
WC, no edifício da ONU. Necessidades universais.
NY Public Library. Pesquise-se "Marujo", por brincadeira, e D. Manuel I com a sua comenda de Soure surge em destaque. SMS para Portugal: João, you're famous.
Para o alto. Assim se caminha e olha em Nova Iorque.
Tamanho. Os americanos só gostam deles grandes. Dos carros, claro. Porque a gasolina tem preços pequenos.
Empire State Building. Não há cinefilia que resista a hordas de turistas, lamenta o turista.
A gaja da tocha. A.k.a. Estátua da Liberdade.
Chrysler. Faz-se bem às fotos.
Cafés. Starbucks e afins não sabem de facto o que é um espresso. Nicho de mercado potencial: bica com pastel de nata.
ONU. Nicole Kidman was here.
Livraria da ONU. Alguma direita estremeceria entre estas prateleiras.
WC, no edifício da ONU. Necessidades universais.
NY Public Library. Pesquise-se "Marujo", por brincadeira, e D. Manuel I com a sua comenda de Soure surge em destaque. SMS para Portugal: João, you're famous.
Para o alto. Assim se caminha e olha em Nova Iorque.
4.11.05
Estados Unidos da América, 2005. Mais do que nunca é um país bilingue. E não apenas na Califórnia ou zonas fronteiriças com o México. Os anúncios públicos estão todos em Inglês e Espanhol. Ao "danger" junta-se o "peligro"... Mas, como em tudo, o caminho desta minoria-cada-vez-menos-minoria faz-se ainda longe dos lugares de decisão.
3.11.05
Boys assim
Não chegam às capas dos jornais, nem fazem notícia. O assalto ao poder já começou. Os novos governantes não deixaram nada de fora. A confirmar no blog do mais atento dos aveirenses. (Sim, é de Aveiro, e do PSD e do CDS, o novo poder, que falo.)
2.11.05
Look who's back
Estar fora e descobrir que as casas de sempre mudaram: Aos beijos, anda agora jmf, que ainda na morada antiga já se tinha convertido às fotos [a não perder o link da penúltima imagem lá colocada].
À bola
«Depois, bem, depois vieram mais 90 minutos de miséria, um golo sofrido, nenhum marcado, assobios e lenços brancos e o que se adivinhava (e veio a confirmar-se) ser o opus final de um homem que até era boa pessoa mas não dava conta do recado.» De como o futebol marcou o ritmo de um festival de cinema documental.
À bolsa
My blog is worth $63,228.48.
How much is your blog worth?
E Deus Criou a Mulher
My blog is worth $57,583.08.
How much is your blog worth?
À vista
O pequeno blogue do grande terramoto. Muito para saber. Tudo para ler.
[imagem do blogue do Rui Tavares]
1.11.05
Vidro duplo
Desassossegada, sem tempo perdido, mora em novo endereço.
A ler, sempre, como sempre. A Sara não desapareceu.
A ler, sempre, como sempre. A Sara não desapareceu.
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