31.7.05

30.7.05

Da indignação

O blogger.com proporciona um lettering apropriado à indignação: letras assim-assim, garrafais e monstras. Para acabar de vez com a EDP, por exemplo.

29.7.05

Da falta de pudor

[ou a história exemplar de um monopólio]

A EDP cobrou vários milhares de euros ilegalmente a, pelo menos, quatro mil clientes, entre os quais eu. Protestei, com a lei do meu lado, fizeram de conta que não era com eles, que era o culpado, fizeram de mim um caloteiro, com ameaças de suspensão de serviço, sem nunca apresentarem qualquer argumento legal.

Agora, depois do Instituto do Consumidor ter dito que a empresa violava a lei, a EDP (e a Lisboagás, que manteve o mesmo comportamento para comigo) veio reconhecer o erro, mas apresenta um chorrilho de mentiras, como prova a troca de correspondência mantida comigo:
1 - diz a EDP, no comunicado de hoje: «é praticamente inevitável a ocorrência marginal de falhas no tratamento de tão elevado volume de informação».
Mentira: invoquei a legislação, com citações do artigo que me defendia. Nunca a EDP reconheceu o erro, atacando-me por nunca fazer a leitura por «fax, internet ou telefone», como se fosse essa a obrigação do cliente e não da empresa ou como se o cliente fosse um qualquer funcionário da empresa;
2 - acrescenta a EDP, hoje: «todas [as reclamações] são rigorosamente analisadas e resolvidas, de acordo - como não pode deixar de ser - com as leis e regulamentações aplicáveis».
Mentira: a EDP ignorou, pelo punho dos seus responsáveis da «Direcção de Clientes Residenciais e Pequenas Empresas», a legislação em vigor fazendo orelhas moucas a todas as minhas queixas, por telefone e escritas.

Agora, a EDP anuncia que os «montantes irão ser descontados nas próximas facturas que serão acompanhados de uma carta de esclarecimento». Poupem os esclarecimentos e as mentiras. Devolvam o dinheiro de uma só vez.

Da música...

... para falar de cinema! E onde mais se deve escrever sobre cinema espanhol, jornais de referência incluídos (ponham os olhos nisto)!

Da História que falta

A ETA depor as armas.

Da História


IRA depôs as armas

Da memória que importa

«Uma semana apenas após a reunião dos líderes dos oito países mais ricos do mundo, ficou a saber-se que o anúncio do perdão integral da dívida de dezena e meia dos países mais pobres era afinal fantasioso. Que afinal se perdoa apenas a dívida de que são credores os próprios Estados, quando o dinheiro que sufoca e queima é devido a privados. Que afinal, mesmo o perdão efectivo, há-de ser confirmado pelo FMI, depois de certificado que não se criará um grave precedente para a sacrossanta disciplina financeira internacional. João Paulo II falou duramente das estruturas de pecado do mundo contemporâneo. A dívida dos países mais pobres e a gigantesca hipocrisia que ela move são pecados sérios. São, literalmente, pecados mortais.» [in Palombella Rossa]

28.7.05

Da memória selectiva

Lembra Pacheco, em campanha contra Soares: «Este vosso autor foi o último a confrontar eleitoralmente Mário Soares, nas eleições europeias de 1999. Não serve de argumento de autoridade, mas talvez convenha lembrar que, quando Soares anunciou a candidatura, se previu um cataclismo para o PSD.» - e segue a memória do cataclismo que não aconteceu.

Falta acrescentar que a campanha do PSD afirmou à exaustão que Soares abandonaria o Parlamento Europeu ao fim de meses. Não abandonou: cumpriu o mandato. Mas isso, a Pacheco não convém lembrar.

Idade para ter juízo

Na Quadratura do Círculo, Lobo Xavier critica a provecta idade de Mário Soares, mas recusa-se comparar a idade de Ratzinger, eleito Papa com 78 anos, ao possível candidato à Presidência da República aos 80, por se tratarem de governos diferentes. Eu também acho: mói menos um Presidente português na sabedoria dos 80 que Bento XVI na dobra desses 80. Aos bispos (como o de Roma), pede-se o limite de 75, para a resignação. Aos presidentes, impõe-se um mínimo de 35 para serem eleitos. Ao Papa, impõe-se uma vitalidade para chegar às igrejas locais. Ao chefe de Estado português, impõe-se que durma a sesta a horas certas, para não adormecer nos momentos decisivos do mandato.

27.7.05

Pós-modernos

À porta da megastore dos telemóveis, dois funcionários da empresa fazem uma pausa para fumar, mas continuam furiosamente a teclar mensagens.

O hábito faz o português

José Milhazes pediu aos microfones da TSF que lhe mandassem café, no calor do golpe de estado falhado na Moscovo de 1991. O Luís pediu-me que lhe levasse um fervedor (uma coisa nortenha, ao que parece, perante a admiração lisboeta) para a Bruxelas de 1998. O Pedro lamenta-se pelo café que não se expressa na capital europeia e aproveita para pedir o bacalhau, azeite, vinho verde, presunto e chouriço, mas também pastilhas de café expresso para o Diogo. Podemos ter uma nova geração emigrante, cosmopolita, que olha para o país criticamente, mas que não abdica de velhos hábitos nas coisas mais comezinhas. Até a fazer blogues, como antigas cartas para a terra.

Escolha múltipla

26.7.05

A favor das italianas

Monica Bellucci e Maria Grazia Cucinotta


[obrigado ao N. e ao B. pela sugestão da dose dupla]

[petit ou gros?]

Eh pá, quase que lhe sinto o cheirinho...
Esta é sem dúvida a maior das provações que pode passar um emigra tuga "qu'a quitté son Portugal" como ouvia um dia destes a Linda de Suza a cantar no rádio dum destes cafés belgas "provincio-exóticos", enquanto tomava esta mistela a que teimam chamar café (expresso, ainda por cima).
Qual cremezinho levemente acastanhado, qual quê? Água de lavar a máquina do café, é o que é... Mas o cúmulo é ter que pedir um expresso "petit" porque doutra forma somos presenteados com o chamado balde! Vai um gajo ainda meio a dormir, logo de manhãzinha, pede um expresso, não porque goste (sim, porque a nossa memória ainda não está activa) mas porque lhe é essencial para ver se recupera o mínimo de capacidades, de forma a não parecer demasiado estúpido durante o dia todo, e leva com um gélido "petit ou gros?".
'dasse! Apetece bater-lhes! Bater-lhes não, espancá-los, forte e feio, até que aprendam a fazer um expresso, uma bica e um cimbalino, todos ao mesmo tempo, enquanto fazem o pino, cantando José Cid e sorrindo para a clientela...
E tu vens-me falar de creme, corpo e sabor?!
Até me apetece chorar...

[não resisto a recuperar o comentário ao post sobre as bicas do Pedro Dias, cibertertuliano de outras épocas, emigrado em Bruxelas e comentador (agora) quase diário nesta casa]

25.7.05

Contra as italianas

[ou uma bica cheia, por favor]

Bica "curta"
Volume total - ± 25 cc
Conteúdo de cafeína 87,0 mg

Bica "normal"
Volume total - ± 35 cc
Conteúdo de cafeína 94,5 mg

Bica "cheia"
Volume total - ± 45 cc
Conteúdo de cafeína 98,1 mg

Podemos concluir que um café espresso (a vulgar "bica"), resulta da pressão a que a água atravessa as partículas de café moído e da consequente emulsão que essa pressão origina, das substâncias gordas do café - os óleos aromáticos e os colóides -, o que caracteriza e distingue esta bebida das restantes pela sua densidade, creme, corpo e sabor persistente na boca.

Reconhece-se um bom expresso pela cor e textura do creme à superfície, o qual deverá ser levemente acastanhado (cor avelã) e com ligeiras nuances mais escuras no centro e sem "bolhas". A sua espessura deverá ser de três a quatro mm e consegue-se analisar essa espessura se ao deitarmos açúcar na bebida, o creme consiga sustentar durante poucos segundos essa quantidade de açúcar, indo-se depositando no fundo da chávena de forma gradual.

[de um e-mail]

Da Constituição

Artigo 122.º (Elegibilidade)
São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos.

Das presidenciais

Na dança das eleições para Belém, há um fenómeno que me transcende: não são as presidenciais supra-partidárias? São - mesmo que a maior parte das vezes os candidatos surjam naturalmente dos partidos. Mas, ontem, o PCP manteve a intenção de apresentar o seu candidato e o Bloco de Esquerda (tiques velhos de quem se diz moderno) anunciou o mesmo. Ou então, em nova jogada de modernidade, os bloquistas anunciarão o apoio a um independente (devidamente negociado durante um ano).

Dos jornais

Também eu preferia encontrar um outro candidato, que não Mário Soares (nem Manuel Alegre, que Cavaco não é o meu, claro - ainda tenho memória!). Mas perante a candidatura quase consumada assustam-nos os novos do restelo com a idade do senador. Definitivamente, os velhos querem-se escondidos, para as mentes jovens das nossas elites.

De um fim-de-semana

Vai-se a Aveiro, para encontrar por acaso outros bloggers, para ouvir o jazz roliço de Jane Monheit, para rever amigos, para descansar, para encontrar um parafuso perdido no aspirador. Há dias assim: que valem a pena!

Da nossa natureza

Da fobia sexual, de uma tarefa secreta a ser executada e das palavras dadas. No sítio do costume.

21.7.05

Lisboa

... é o pretexto para elogiar o belo. Londres é a cidade. Por todos os motivos.

Provavelmente...

... um dos mais belos blogues do mundo. Para repousar.


[copyright FotoBen diário d'imagem]

[às virgens de agora]

«Enfim: os elogios [a Campos e Cunha], parece-me, partem sobretudo de quem acharia natural que o eng. Sócrates governasse com outro programa que não o seu. Por outras palavras: de quem ainda não engoliu bem o que aconteceu nas últimas eleições legislativas.» [JPH, certeiro!]

O Freitas do Amaral das revistas masculinas

«Quer dizer nunca posei [nua] até hoje. Nestas coisas nunca se pode dizer nunca faria isto ou aquilo» [Merche Romero, in Correio da Manhã]

O bom e o vilão

20.7.05

Casto na exoneração

Agora, Campos e Cunha caminhará lentamente para o panteão do unanimismo, e as suas virtudes e fragilidades serão esquecidas por adversários e compagnons de route, conforme os interesses das declarações pró e contra o Governo.

[actualizado: Marques Mendes considera «grave» a saída do ministro das Finanças. Também eram «graves» as «diferenças de opinião» no Governo expressas pelos ministros Freitas do Amaral e Campos e Cunha; e «grave» era o valor do défice orçamental; mas também antes, quando da campanha eleitoral do PSD, era «grave, grave», o facto do Governo de Santana Lopes «ter dado pretextos para a dissolução (da Assembleia da República)». Sublinhe-se este gosto pela gravidade no discurso de Marques Mendes.]

Casta no catálogo

A ler

Bailarinas e liberais: a Gulbenkian sem glória, os liberais sem pio.

Coisas boas

Pela segunda semana consecutiva não consegui escrever na Terra da Alegria. Não faz mal: há quem o faça com muito mais pinta. A ler, sem falta.

19.7.05

Falta de pudor

Maria João Avillez entrevista (em repetição na SIC-N) à hora de almoço a candidata do CDS-PP a Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, num programa de entrevistas políticas. Por acaso, são irmãs. O que não se diria se Bárbara ouvisse Manuel Maria no seu programa de livros...

Uma cidade a visitar

[ou We'll always have Paris]


Laetitia Casta

No Avatares: palavra a palavra, frase a frase, imagem a imagem, sonho a sonho.

Revolução

Dias depois, outra leitura: liberdade, igualdade e fraternidade.

Dois pesos, duas medidas


Sarwar Zardad e Augusto Pinochet


Aplauda-se: o execrável (o adjectivo é meu) senhor da guerra afegão Sarwar Zardad foi acusado de tortura por um tribunal britânico, conta-nos hoje o Público (sem link). O principal conselheiro jurídico do Governo britânico, Lord Goldsmith, é citado pela AFP como tendo afirmado: «Certos crimes são tão odiosos, constituem uma tal afronta à justiça, que podem ser julgados não importa em que país». E acrescenta James Lewis, membro da acusação: «Achamos que esta é a primeira vez em qualquer país, no direito internacional, e certamente no direito britânico, que crimes de tortura e tomada de reféns são julgados nestas circunstâncias.»

Pena que a mesma Grã-Bretanha que agora toma esta decisão importantíssima se tenha recusado a julgar Augusto Pinochet, o execrável ex-ditador chileno.

18.7.05

Período de nojo

«Se agora for mais "cabeça-de-cartaz" do que era antes e isso permitir ter acesso a novos clientes e a novas situações, tanto melhor. Estou aqui pronto para os receber.» Nuno Morais Sarmento, ex-ministro de Estado ao Diário de Notícias.

Debates

Londres capitulou. Seguem-se comentários.

A capitulação do mundo

Para que o vento não leve as palavras: «Os governos milionários declararam perdoar a dívida dos países mais pobres da África, mas, de facto, a tal amnistia é apenas de 16% dos 296 milhões da dívida africana.» [hoje aqui.]

Ghost in translation

Em inglês, a Cibertúlia como nunca a leu. De chorar por mais.

17.7.05

A Pouco e Pouco

[ou a melhor letra de sempre da música popular portuguesa, por José Cid, que pode ser ouvida em todo o esplendor, a duas vozes, no Às duas por três]

São 7 e meia, amor
Tens de ir trabalhar (Ela)

Acordas-me com um beijo
E um sorriso no olhar
E levantas-me da cama
Depois tiras-me o pijama
Faço a barba
E dá na rádio
O Zé Cid a cantar

Apanho o Autocarro
Vou a pensar em ti
Levas os miúdos
Ao jardim infantil

Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!

(Refrão)
A pouco e pouco se constrói um grande amor
De coisas tão pequenas e banais
Basta um sorriso
Um simples olhar
Um modo de amar a dois (bis)

Às 5 e meia em ponto
Telefonas-me a dizer:
Não sei viver sem ti amor
Não sei o que fazer (Ela)

Faz-me favas com chouriço
O meu prato favorito
Quando chego para jantar
Quase nem acredito!

Vestiste-te de branco
Uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama
E acendeste a fogueira
Vou ficar a vida inteira
A viver dessa maneira

Eu e tu e tu e eu e tu e eu e tu

(Refrão)

Letra e música – José Cid (1979)

A capitulação de Londres

«A Grã-Bretanha pode iniciar a retirada das suas tropas do Iraque nos próximos 12 meses, afirmou hoje o ministro da Defesa britânico, John Reid.» [agências, via PortugalDiário]

Pudor

Spencer Tunick fotografou esta manhã 1700 mulheres e homens (incluindo um padre, dizem as agências noticiosas), em duas cidades do Noroeste de Inglaterra.

16.7.05

Em escuta


project MAU (Pia)


[Obrigado ao Quinto, pela descoberta!]

Alta velocidade (actualizado)

É assim:
leiam os comentários ao post anterior. Fosse o TGV discutido assim no Parlamento (passe a presunção)...

15.7.05

Alta velocidade

Já percebi: meti-me com a vaca sagrada. Há umas assim (Medina Carreira, claro, Pulido Valente, António Barreto, ...). E logo os meus bons amigos Pedro - bem-regressado, pá! - e José me deram pancada da valente. Por causa do TGV, nem tanto por causa do Medina. Por falta de tempo para apanhar, hoje, o comboio da discussão deixo aqui uma citação de um post de jmf, sobre
Os milhões, lá fora
«Em França: 67 pôles de compétitivité pour dessiner une nouvelle France industrielle. Le gouvernement a rendu publique, mardi 12 juillet, à l'issue du Comité interministériel d'aménagement du territoire (CIADT), la liste très attendue de ces projets. Réunissant entreprises, chercheurs, centres de formation, ils recevront une dotation de 1,5 milliard d'euros sur trois ans.
Em Espanha: El Plan Estratégico de infraestructuras y transporte. Zapatero promete unir todas las capitales de provincia por AVE y autovía en 2020
Pá, assim de repente, foi o que se arranjou - e até me parece pertinente! Depois apanho o comboio, ok?

Dependência e constância

O Independente deve ter hoje a sua 437ª capa sobre a gestão do Banco de Portugal, cujas contas não têm cabimento no Orçamento Geral do Estado.

14.7.05

Liberdade, igualdade, fraternidade

Hoje, Pacheco Pereira escreve um texto (no Público, sem link) contra estes três valores fundamentais da sociedade ocidental. Mesmo que sob a capa de defender a liberdade do Ocidente. E onde relativiza Hitler. O Lutz, um alemão em Portugal, amigo desta casa, respondeu-lhe sabiamente. A ler (o texto é longo, mas vale muito a pena). No dia em que nunca é demais lembrar: liberdade, igualdade, fraternidade.

Disparates

O engenheiro ferroviário Medina Carreira diz que o TGV em Portugal é um disparate porque dá jeito ao fiscalista Medina Carreira dizer que o TGV em Portugal é um disparate.

[tias e refresco]

é assim: tá gira a e-cs-pô, já não vinha aqui há algum tempo, desde que levei o bernardo ao oceanário, giríssimo, mas (ah, olá, um beijinho, chuaque, como tá, inda não fui à praia, o bronze é da picina, ahahah, té já) precisamos de ganhar, para a cidade ficar melhor, o pedro não conseguiu passar a mensagem, jornalistas tá a ver, mas tô confiante no carmona, é sêrio, não é um político, pois. e o outro, é todo possidônio, né. lá por ser casado com a outra, né. pois. é assim: as sondagens são o que são, tá bem, o que importa é no dia 9.

[Carmona hoje apresentou não sei quantos caracteres de ideias para a cidade. No fim, serviu-se um refresco.]

12.7.05

My tear for London

O primeiro filme sobre os atentados de Londres.

Mil folhas

Ele insiste: depois do «Tal & Qual», do «Metro» (duas vezes), do «Público», no domingo passado, e hoje de novo no «Metro» (e certamente noutros que não li), Manuel Maria Carrilho continua indisponível para comentar as ideias para Lisboa. Tanta arrogância, chateia!

Grazia

No dia seguinte

Siglices

Que estranho fenómeno leva jornalistas a designar o novo aeroporto por uma sigla, quando falamos de uma localidade?! OTA não significa Outro Tramado Alqueva, nem outra coisa qualquer. Ota (que é como se escreve) é nome de terra.

11.7.05

Jet-pop

Chega-se ao fim da tarde ao bairro e toma-se o "Lisboa porta-a-porta", uma carrinha com sete lugares para uso de populares. Sem autocarro à vista, pergunta-se pela janela: destino? e se me leva? Que sim, que é para isso que serve. Que sirva então: use-se o carro, que vazio serve de pouco e gasta muito. Um táxi, assim, dá votos.

Jet-coiso

Relato do casamento de Catarina Furtado num site "de social": «Com alguma surpresa, Catarina Furtado, que sempre foi bem tratado [sic] pela imprensa nacional, resolveu deixar comunicação social [sic] fora da cerimónia do seu casamento com João Reis. Talvez por isso, a imprensa acabou por ser a grande "dor de cabeça" do casal durante a cerimónia realizada na Quinta dos Anjos, em Santarém. Um helicóptero munido de máquinas fotográficas [sic sic] sobrevoou a Quinta e estragou os planos da noiva. O percurso da Ermida teve que ser feito de uma forma mais discreta, de forma a evitar que fossem captadas fotos do seu vestido de noiva. Durante a festa a "namoradinha de Portugal" andou sempre a esconder-se do "maldito" helicóptero.»

Europa, 1995


Mulher chora familiar morto em Srebrenica, no seu enterro, em Março de 2003

A Europa unida

8.7.05

[fim-de-semana]

Como o Verão é irreversível vou andar por aí.

Londres

Como nunca a conheci: Do acto criativo [all but thy evil will].

A normalidade possível

«It's the day after, and London still has a slightly odd feel to it this morning. The tube is running again, except for the Circle and Hammersmith and City lines, which share the same piece of track at Liverpool Street on which seven people were killed yesterday.»
- a acompanhar no blogue dos jornalistas do Guardian

Datas esquecidas

11 de Setembro. 11 de Março. 7 de Julho. Jornais, jornalistas e colunistas lembram o calendário do horror. Mas esquecem as mortes da discoteca de Bali (onde morreram uns quantos mais que em Madrid), do centro de Jacarta e da ONU em Bagdad. O calendário do horror tem uma memória selectiva - ocidental, claro.

Relembremos então: 11 de Setembro de 2001. 12 de Outubro de 2002. 6 de Agosto de 2003. 19 de Agosto de 2003. 11 de Março de 2004. 7 de Julho de 2005.

Eu nunca me deixei fotografar de fitinha vermelha

7.7.05

Cartas de uma terra fustigada

O Bruno regressou a Londres. Hoje, não estava na cidade. Mas escreveu sobre os atentados, na sua casa de sempre, para onde voltou depois do fim do Barnabé.

Panic on the streets of London

Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again ?
The leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the grasmere
But honey pie, you’re not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there’s panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself

Burn down the disco
Hang the blessed dj
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
Hang the blessed dj
Because the music they constantly play

On the leeds side-streets that you slip down
Or provincial towns you jog ’round
Hang the dj, hang the dj, hang the dj

O que é verdadeiramente mau

6.7.05

É tão mau

Quem conhece o capuchinho Rodrigues Monteiro não pode deixar de lamentar essa coisa inenarrável que Herman José anda por aí a regurgitar que é «És tão boa».

Pouco reflectido

Acidente, 10h, dois automóveis. A senhora e o senhor fora dos automóveis devidamente aperaltados com colete reflector, amarelo fluorescente. Quem destoava era a agente da PSP, de camisa impecavelmente azul.

Scut-se!

Hoje de manhã, o deputado do PSD Miguel Frasquilho, que já foi secretário de Estado de Manuela Ferreira Leite (e depois despedido por ela), volta a bater no Governo PS porque não volta atrás nas scuts. E, zumba!, o défice é assim por causa das scuts. E eu pergunto: o que andou o PSD a fazer, durante três anos de governo, que não acabou com essa coisa miserável e injusta?! Terá tido medo dos seus autarcas e das forças vivas locais?!

Allegro molto vivace

Música, razão, sexo, pobreza. Às vezes, os católicos metem a mão na massa.

5.7.05

À esquerda, Lisboa ganhava

... mas mesmo à esquerda.


Foto Tiago Petinga/Lusa

A facturinha

Bagão, pai extremoso, lembrou-nos que tínhamos de pedir sempre a «facturinha». Na Argentina e no Brasil, nas caixas registadoras de lojas e restaurantes, avisa-se que não entregar uma factura é pactuar com a fraude. Em Portugal, desconfia-se de quem pede o comprovativo. Mas que dizer quando é o próprio Estado que se esquece da facturinha: ontem, comprei o passe L12, quase 40 euros, numa estação da CP e esqueci-me de pedir aquilo que me deviam entregar juntamente com o troco. Resultado: hoje, já não me passaram a facturinha porque tem de ser no acto da compra. Pois.

4.7.05

Deep impact. Em cheio

Dos leitores com espaço próprio

[ou post em circuito fechado]

Caro jmf, os leitores também têm blogues e escrevem nas cartas de opinião de jornais locais. Pelo menos, no caso do Carlos Esperança citado, ateísta e escrevinhador em As Beiras.

«Ânsia pelo capital. Libido financeira. Orgasmo no consumo.»

«Foi-se o tempo das grandes opções políticas. Foi-se o tempo de esquerdas e direitas clássicas em luta. O que se vê, hoje, é sempre mais do mesmo. [...]» Fala-se do Evangelho... (acreditem!)

Os jornalistas e as fontes

Há quem se queixe do pouco cuidado que os jornalistas têm com as fontes. Que as ouvem sem crítica. O exemplo mais citado foi o alegado arrastão de Carcavelos. Todos reproduziram a versão e as fotos de um dono de um bar. Mas há exemplos no quotidiano bem mais comezinhos. Hoje, recebi uma "chain letter" por e-mail: a Nokia prometia-me um fantástico telemóvel, se eu enviasse a mensagem para oito endereços ou, um melhor ainda, se os destinatários fossem 20. Os remetentes eram todos jornalistas. Nenhum se questionou sobre a possível falsidade do e-mail e a mensagem replicou-se por muitos endereços. Eu limitei-me a enviar um e-mail à senhora da Nokia, que era citada na mensagem. A resposta da Nokia: «... Anna Swelun does not work for Nokia. If you have received an advertisement with instructions to e-mail her, you have received a HOAX message.This is a virus-type chain letter,which does not originate from Nokia. (in reply to RCPT TO command)».

3.7.05

2.7.05

Explicadinhos e chatinhos

A RTP serve-nos o Live 8 com a Margarida Pinto Correia e mais o Melícias e mais o Fernando Girão e mais não sei quem - e a música lá atrás num ecrã, sem que se ouça. A TVI dá-nos os óscares com comentários por cima dos discursos de agradecimento e intervalos no tapete vermelho. Ninguém os manda calar?

À escuta, à vista


Hoje, no Japão: Björk. No Live 8. Repete em todo o mundo. Perdidos na tradução. Sem necessidade de tradução.

Um regresso

Em forma, regressa Carlos Vaz Marques. Outra vez ele.

1.7.05

Um herói para os nossos dias


Para lutar contra o rigor e a competência que ameaçam a vida dos fracos e oprimidos. Herói que não distingue a cor dos governos e defende todos sem excepção. [in Sirhaiva]

Obvious Child


James Garfunkel - e a irmã



[actualize-se: outra referência musical cá do burgo festeja dois anos...]

Da série Exclusivos de Deus

A semana começou na sala de estar, com donas de casa desesperadas, e continua na sala de cinema, em louvor das mulheres maduras.

Erros e mentiras

Não, não devem continuar actuais as perguntas que se faziam há um ano. Hoje, fala-se de erros e gralhas: como se só agora se descobrisse que os economistas são falíveis e erram (aliás: os que mais erraram nos últimos anos - todos os ministros das Finanças - são agora os novos gurus de uma certa opinião publicada). Alguma vez a economia foi uma ciência exacta?

Mas, ao contrário do discurso em bicos de pés de Marques Mendes, não são «trapalhadas gravíssimas»: os erros e as gralhas não são mentiras. E há um ano Durão mentiu. O que é bem mais grave. E das trapalhadas, não se compare, nunca! Santana ainda anda aí.