Há quem não queira ver, prefira olhar para o lado, assobiar. Há portugueses com fome. Podemos desconfiar das estatísticas, dos alertas que nos chegam, mas quem está no terreno, e sabe melhor, diz-nos que há mais gente, mais portugueses com fome. Só isto devia fazer-nos parar para pensar – e agir. Só isto devia acautelar o discurso sempre confiante, optimista, de amanhãs que nunca derrapam do Governo.
A mim pouco me importa que o défice baixe duas décimas, que o desemprego caia zero-vírgula-qualquer-coisa por cento. Enquanto houver um português que seja a passar fome (e a morrer de fome, saberemos quantos são?), o Governo não devia sorrir, muito menos assobiar para o lado ou reclamar que assim é que continuamos bem.
Não continuamos nada bem. Anos e anos de combate ao défice, de sacrifícios para lutar contra este papão não nos melhoraram a vida, nem a carteira. Agora, a fome! – sim, há portugueses que não têm dinheiro para o pão. E as mais de mil toneladas recolhidas pelo Banco Alimentar não nos deviam satisfazer. O bom era, ano após ano, ser cada vez mais pequena a necessidade de uma organização assim.
[a minha crónica hoje no 24 Horas]
A mim pouco me importa que o défice baixe duas décimas, que o desemprego caia zero-vírgula-qualquer-coisa por cento. Enquanto houver um português que seja a passar fome (e a morrer de fome, saberemos quantos são?), o Governo não devia sorrir, muito menos assobiar para o lado ou reclamar que assim é que continuamos bem.
Não continuamos nada bem. Anos e anos de combate ao défice, de sacrifícios para lutar contra este papão não nos melhoraram a vida, nem a carteira. Agora, a fome! – sim, há portugueses que não têm dinheiro para o pão. E as mais de mil toneladas recolhidas pelo Banco Alimentar não nos deviam satisfazer. O bom era, ano após ano, ser cada vez mais pequena a necessidade de uma organização assim.
[a minha crónica hoje no 24 Horas]