Estive na Madeira, na anterior pré-campanha eleitoral. O taxista que nos conduziu pelas auto-estradas de sucesso da ilha apontou-nos a rampa de 20 metros que servia de acesso a uma aldeia: "Foi inaugurada há dias pelo Alberto João". No Norte da ilha, os túneis venciam as escarpas belíssimas com a aceleração das obras para tudo ficar pronto a tempo das eleições e de mais uma inauguração jardinística. Dois anos e meio depois, a pouca vergonha volta a vestir-se de Alberto João para mais um rodízio de inaugurações, que nos sai directamente do bolso: quantas empreitadas (de empresas de tipos do PSD local) são pagas a mais, nestes dias loucos de eleições por uma birra?!
Obviamente que há obra feita, dizem os apaniguados, mas a custo de milhões de euros que escapam sempre ao controlo do Estado, criticados depois, sempre muito depois, pelo Tribunal de Contas. A estas críticas, o governador das ilhas faz orelhas moucas e ainda insulta. E a comunicação social pouco diz, ocupada em relatar o frenesim da placa descerrada. Tem razão, Paulo Rangel, «nunca, como hoje, em décadas de democracia, se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade».
Obviamente que há obra feita, dizem os apaniguados, mas a custo de milhões de euros que escapam sempre ao controlo do Estado, criticados depois, sempre muito depois, pelo Tribunal de Contas. A estas críticas, o governador das ilhas faz orelhas moucas e ainda insulta. E a comunicação social pouco diz, ocupada em relatar o frenesim da placa descerrada. Tem razão, Paulo Rangel, «nunca, como hoje, em décadas de democracia, se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade».