3.5.04

Não invocar o nome...

Alguns dos nossos governantes têm o credo na boca. Salta-lhes a verbe quando lhes convém o Verbo. Ficou para a história a pia crença paulística da intervenção da senhora de Fátima junto do malfadado «Prestige», para levar o mal às costas de Espanha e de França (numa clara derrota de São Tiago de Compostela e da senhora de Lourdes).
Volta e meia, a boca dos senhores do Governo e dos partidos que o sustentam enche-se de «meu Deus», «graças a Deus» e outras expressões populares. Só faltava, afinal, a senhora do défice vir invocar o nome de Deus mais uma vez e sempre em vão. Manuela Ferreira Leite disse em repasto do Primeiro de Maio (acaso saberá ela o que se celebra neste dia?): «Deus nos defenda que os socialistas voltem ao poder, mesmo que seja daqui a muitos anos».
Deus - que nunca é tido e achado nestes dislates - já se queixou à Autoridade da Concorrência, por invocação sistemática do seu nome. Em vão, senhora ministra, em vão.